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Tabuleiro

Se há uma curiosidade sobre a Bahia que sempre me fascinou, é o fato de chamarmos o expositor de quitutes da baiana do acarajé de tabuleiro. 

Poderia ser mesa, vitrine, quitanda, banca, barraca... mas, por algum misterioso motivo, chamamos de tabuleiro. Eu gosto muito, acho bem emblemático. Tabuleiro é onde se encaixam as peças dispostas ao jogo.

Quem joga se dispõe a ganhar e perder, por certo, contudo isso denota que quem se implica em um tabuleiro está sempre muito atenta ao que se passa e muito consciente do contexto.

Para mim, esse é o motivo maior da mesa de trabalho da baiana ser um tabuleiro. A Bahia ensina aos seus a ficar sempre atenta e forte, a brincar de ser séria e levar a seriedade na brincadeira, a apostar com a vida e ter na consciência que não há recompensa melhor que uma vida bem experienciada.

Do tabuleiro de todas as minhas conterrâneas, aqui eu faço o meu. Assim como no delas, nem tudo está à venda e ainda assim se mostra, pois sempre é preciso lembrar que tudo o que é nosso pode até estar pra jogo, mas nunca estará pra aposta.

Axé!

Image by Tiago Celestino

O que é que a baiana tem?

Tem decorativos?

Tem arte em livros?

em breve!

E o que mais tem está por vir?

No tabuleiro dessa baiana não entra produções que sigam a lógica meramente mercadológica do capitalismo. A cadeia produtiva de qualquer peça a ser vendida precisa obrigatoriamente seguir parâmetros específicos, como existência de mínima intermediação, uso consciente de materiais e retorno de parte da renda auferida a projetos sociais.

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